quarta-feira, 19 de março de 2014

Susana Fuentes e "Luzia" na França


Na próxima semana, a escritora Susana Fuentes estará no Salão do Livro de Paris e na Universidade de Sorbonne falando sobre seu romance Luzia (7Letras), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2012 na categoria Melhor Livro do Ano  Autor Estreante. Confira a agenda da autora:

23 de março, às 16h | Salão do Livro de Paris
-> Olhares femininos  Conversa com as escritoras Guiomar de Grammont e Susana Fuentes

26 de março, às 17h | Universidade de Sorbonne
-> Do lado de cá, do lado de lá  Vozes femininas afro-brasileiras no cenário contemporâneo e anotações para o romance Luzia

terça-feira, 18 de março de 2014

Shahid na Bienal Brasil do Livro


A II Bienal Brasil do Livro e da Leitura, que acontece de 12 a 21 de abril, em Brasília, e é um dos maiores eventos literários do país, vai discutir este ano os 50 anos da ditadura militar com a presença de grandes nomes como Carlos Heitor Cony, João Ubaldo Ribeiro, Frei Betto, Mary Del Priore, Lilia Moritz Schwarcz.
E a Shahid, que não poderia ficar de fora, está levando um variado time de escritores. Confira a programação:

-> 13 de abril, 11h30 – Luisa Geisler, na mesa A nova geração de ficcionistas brasileiros I

-> 18 de abril, 16h – Gonçalo Tavares, falando sobre Tradição e atualidade da literatura de língua portuguesa

-> 18 de abril, 17h, – Antônio Torres, falando sobre A produção literária nos anos de chumbo II

-> 19 de abril, 11h30 – Ana Paula Maia e Raphael Montes na mesa A nova geração de ficcionistas brasileiros II

Para saber mais, acesse o site: http://www.bienalbrasildolivro.com.br/

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

As reinvenções de Salim Miguel


Aos 90 anos – e 50 após o golpe militar –, o escritor Salim Miguel relança seu romance "Primeiro de abril, narrativas da cadeia" pela editora da universidade catarinense Unisul. Publicado originalmente em 1994 – quando foi premiado –, o livro foi escrito a partir das anotações que Salim fez durante os 48 dias em que esteve preso pela ditadura.

Para este ano, o autor tem ainda outras duas novidades: o lançamento da novela policial inédita "Nós", pela EdUFSC, e a tradução para o francês, feita conjuntamente pelos professores Jean-José Mesguen e Luciana Rassier (do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução da UFSC), do romance "Reinvenção da infância" (2011, Novo Século).

Para saber mais sobre o autor, visite sua página na Shahid:

Novos ares


É sempre bom mudar e, nos próximos meses, é a Shahid quem estará de cara nova. Estamos reformulando a estrutura do nosso site, a imagem e o nome da empresa, que também vai mudar em breve.

E, é claro, temos clientes novos. Entre eles, a promessa da literatura policial, segundo os jornais – o escritor de apenas 23 anos Raphael Montes, autor do elogiadíssimo "Suicidas" (Benvirá). Seu próximo livro, "Dias perfeitos", sai em março pela Companhia das Letras.

Fique de olho!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Antonio Didier e seu blog pelo desenvolvimento do país


Convidamos você a visitar o blog de artigos de Antonio Didier, que dedicou 70 de seus 89 anos de vida ao desenvolvimento do Brasil e agora compartilha com a gente tudo o que viu e aprendeu.

Neste ano decisivo de eleições, Didier – que é autor do livro Competitividade e a indústria brasileira (Jaguatirica digital, 2013), sobre o desenvolvimento do Brasil – se coloca à serviço da sociedade para debater, com clareza e lucidez, uma série de caminhos possíveis para mudar o país.

Quer acompanhar seus artigos? Clique aqui e curta a página do blog no Facebook.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Luiz Carlos Góes, no palco e nas letras

Dramaturgo premiado, letrista, diretor, escritor, atualmente um dos roteiristas do seriado da TV Globo "Pé na cova". Assim é Luiz Carlos Góes, autor da coletânea "Teatro nervoso", lançada ano passado e que reúne peças curtas, as melhores de sua carreira, nascidas da observação de sua própria realidade. "Eu falo sobre o que eu sei. Eu sou profundamente observador e, durante minha vida inteira, observei a classe média. Aprendi a odiá-la e a amá-la. Mas gosto de denunciá-la. Talvez seja o meu maior prazer". Nesta entrevista a Shahid Luiz Carlos Góes fala sobre seus textos, influências artísticas, teatro e, claro, literatura. "Eu preciso da liberdade da literatura, da maturidade da literatura. Preciso falar sem censura sobre as coisas que eu vejo e sinto."

Você acaba de lançar o livro "Teatro nervoso", composto de 22 peças curtas. Como esses textos foram escolhidos? E por que a ideia de reuni-los em livro?

Eu e Joaquim, meu parceiro, escolhemos os textos que achamos melhores. A ideia de livro é mais porque eu quero abrir esta janela para mim. E porque às vezes é mais barato para o ator que está iniciando comprar um livro do que ter que pagar para ver várias peças. Também porque, como são peças curtas, parecem contos. Eu amo os livros.

Todos os textos reunidos retratam uma situação-limite sendo enfrentada pelos personagens. De onde veio sua inspiração para essas histórias?
A maior parte da minha inspiração vem do ambiente em que eu fui criado e da classe à qual eu pertenço. Na minha casa vivíamos sempre em clima de: "hoje eu vou mudar minha vida!". Todos os dias, parecia que ia ter uma virada. E tinha!
Mudei muito de casa, de colégio, tudo em busca da felicidade. Minha mãe, quando não aguentava mais o contexto em que vivia, ou brigava com papai, não caía! Mudava de casa e mudava a gente de colégio, tudo em busca de uma felicidade que ela não encontrava. Ela dizia: "dessa vez vamos ser felizes!".

Além de explorar essa situação-limite, suas peças focam também na classe média e suas questões. Qual o motivo dessa escolha e o impacto dela nos seus textos?
Eu falo sobre o que eu sei. Eu sou profundamente observador e, durante minha vida inteira, observei a classe média. Aprendi a odiá-la e a amá-la. Mas gosto de denunciá-la. Talvez seja o meu maior prazer.

Que outros dramaturgos ou artistas inspiram a sua obra?
Nelson Rodrigues, como não podia deixar de ser, e Tennessee Williams, porque ninguém fala sobre o mistério da classe média melhor do que ele. Sempre temos algo que não contamos, sempre mantemos algo na garganta que aconteceu há anos e a gente não se esquece. E o rancor? E o rancor entre irmãos, entre mãe e filha, entre pai e filho, entre empregada e patroa, entre a bela e a feia, entre o inteligente e o não inteligente? Adoro Shakespeare, os gregos, principalmente Sófocles. Molliére é muito gozado e fala das vaidades humanas como ninguém. Eu li muito. Tudo me influenciou. E eu escuto muito. Aprendo.

Além da dramaturgia, a literatura também vem lhe despertando o interesse nos últimos tempos. Como encara o desafio de produzir um texto como escritor?

Escrever meu primeiro livro abriu uma porta tão criativa para mim que eu já tenho um pronto e acabei de fazer a sinopse de mais um. Eu preciso da liberdade da literatura. Eu preciso da maturidade da literatura. Preciso falar sem censura sobre as coisas que eu vejo e sinto. E começar do zero em outra especialidade é um desafio que me fascina.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Fortuna e ficção de Cassia Cassitas

Autora da bem-sucedida fábula de desenvolvimento pessoal "Domingo, o jogo" (2010), que permaneceu 33 semanas nas listas de mais vendidos em e-book dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo, a escritora paranaense Cassia Cassitas acaba de estrear na ficção com o romance "Fortuna – A Saga da Riqueza". O livro parte do episódio da crise imobiliária americana para refletir sobre o modo como o capitalismo e o dinheiro interferem na vida das pessoas, e até que ponto definem suas trajetórias. Nesta entrevista a Shahid, a autora revela suas pesquisas para construir a história, fala dos desafios de escrever sobre esse tema, avalia a repercussão positiva entre os leitores e adianta sua próxima obra, um romance que reflete sobre nossa busca pela felicidade.


"Fortuna" entremeia, basicamente, duas histórias – a de um economista que prevê a crise imobiliária de 2008 e a de uma família de imigrantes italianos que enriquece no Brasil ao longo dos anos. De onde veio a ideia para a trama?
O fascínio das pessoas pelo dinheiro foi meu ponto de partida. Qual o significado, a motivação, a importância da riqueza? Esse raciocínio me levou a uma pesquisa histórica sobre a relação entre humanidade e riqueza. A ideia de explorar a herança cultural que permeia nossas ambições surgiu quando pesquisei David Hume e Adam Smith.
Além disso, vejo semelhanças entre os desafios enfrentados pelos italianos no final do século 19 e pelos americanos deste início de século. A desapropriação da própria casa tem um efeito devastador que, na ficção, é vivenciada por Manolo e Carola. O desespero transformado em luta é a grande herança, o elo que liga as gerações de "Fortuna" da miséria à riqueza, de Manolo a Ricardo, de Ana à Carolina.

Suas áreas de atuação profissional são, em tese, engenharia, didática e filosofia. Quando a economia entrou na sua vida? E a literatura?
Sempre gostei de brincar com números, ouvir as conversas dos adultos. Certa vez, um consultor da IBM comentou como a empresa geria suas sedes, adquirindo e vendendo propriedades após determinada quantia de anos. Pesquisei o valor dos imóveis na época da aquisição da sede de Curitiba e o valor atualizado: comparei com a valorização de outros investimentos e fiz projeções de valorização futuras. Acho importante as pessoas conhecerem as regras básicas que nos levam a acumular o dinheiro e impedir que ele apenas passe por nossas mãos.
Os livros contribuíram muito com este aprendizado. Num tempo em que não havia internet, as obras da biblioteca municipal da cidade de 50 mil habitantes em que morava me abriram as janelas para um mundo maior. Para um leitor interessado, um livro deixa de ser um livro para se tornar um caminho de busca de alternativas. E escrever é discutir, expor pensamentos e propor outras perspectivas. Posterguei minha vontade de compartilhar ideias desde a adolescência até que, agora, com filhos crescidos e a vida prática resolvida, decidi ir em frente.

A economia costuma ser vista como um tema duro, que nem todos têm disposição para entender. Qual foi o maior desafio de escrever um romance cujas bases são a economia e seus conceitos?
Eu me empenhei em mostrar, na ficção, como a economia está presente na vida das famílias, dos profissionais, dos governantes, com naturalidade, através de "personagens emocionantemente reais", como escreveu um leitor.
O personagem Ricardo, por exemplo, estuda o comportamento do mercado e argumenta sobre os limites da liberdade de mercado com sua esposa que não entende nada de economia. Através de exemplos e fatos, numa linguagem quase isenta de jargões e teorias econômicas, ele se esforça para fazê-la compreender, entre outras questões, as consequências financeiras e sociais de certas estratégias de enriquecimento rápido.

"Fortuna" também está traduzido para o inglês, com repercussão superpositiva entre os leitores americanos. Os comentários a surpreenderam?
Acho fantástica essa habilidade do americano de dar sua opinião sobre tudo. Os detalhes da realidade brasileira geram admiração e motivam comentários, apesar do pouco que a maioria dos americanos sabe sobre nossa cultura e história recente. Os leitores consideram os personagens muito reais e as tramas universais.
E o que dizer quando um leitor se diz "hipnotizado pela estória desde o inicio", afirma que o livro é "um dos melhores romances históricos" que já leu, ou cita o "sucesso da abordagem da autora", comentando como Sallinger e Scott Fitzgerald tratariam o mesmo tema?
Enfim, meu propósito era lidar com temas difíceis de forma compreensível a não especialistas e que todos, ao lerem esse ou aquele aspecto, parassem e pensassem a respeito. As resenhas me dizem que isso está acontecendo e isso é muito gratificante.

"Domingo, o jogo" reflete sobre a família como pilar para o sucesso, "Fortuna", sobre enriquecimento profissional e pessoal, e seu próximo livro terá como foco nossa busca pela felicidade. Que mensagem espera trazer com ele?
Família, dinheiro e felicidade? Se fosse uma trilogia, só poderia se chamar "Vida"! "Domingo, o jogo" é uma fábula de desenvolvimento pessoal em que o leitor é o personagem principal em treinamento, desde o berço até adquirir consistência, para alçar voo e fazer seu mundo. Em "Fortuna – A Saga da Riqueza", os personagens estão no mundo, vão da indigência nas ruas da Itália ao suntuoso apartamento de elevador panorâmico em São Paulo. No romance previsto para 2014, os personagens conhecem seus lugares num mundo em que as riquezas lhe são acessíveis e a batalha é outra. Pelos olhos de André, o leitor vai adentrar numa atmosfera transformadora que surpreenderá, eu aposto, até o mais atento observador.