"Dias de vinho e de chumbo" – terceiro romance
do escritor mineiro Anchieta Rocha e editado pela Jaguatirica
digital – resgata os tempos da ditadura
militar no Brasil para contar a conturbada história de amor dos jovens
universitários Martha e Roberto. O cenário é a Faculdade de Filosofia e
Ciências Humanas da UFMG, a Fafich, onde o autor cursou Letras e viu nascer o
movimento de resistência aos anos de chumbo. "Quando escrevia o livro, a
Comissão da Verdade começava a ganhar força. Fiquei contente com a coincidência",
comenta Anchieta, que diz esperar que os jovens de hoje compreendam o que a sua
geração viveu.
O lançamento de "Dias de vinho e de
chumbo" é nesta terça-feira,
dia 15 de outubro, na
livraria Leitura do BH
Shopping, a partir das 20h.
Veja a conversa que tivemos com o escritor:
Por que
escolheu a Fafich como cenário do romance? O que a sua juventude tem em comum
com a de seus protagonistas?
Na época, eu
estudei Letras na Fafich. Esse conjunto de faculdades se envolvia muito com o
movimento de resistência da época. A minha juventude tem muito a ver com a dos
protagonistas. A grande totalidade dos estudantes da época lutava por um país
livre, por justiça social e a favor da volta do país à democracia que fora
banida com a ditadura de 64. As minhas experiências pessoais estão mescladas
com o cenário da época.
Muitas
histórias têm como pano de fundo a ditadura militar e suas consequências. O que
você destaca na sua?
Há uma
referência, no romance, aos insepultos do regime militar. Na ocasião em que comecei
a escrevê-lo, a Comissão da Verdade começava a ganhar força. Fiquei contente
com a coincidência.
Como se deu o
processo de escrita de "Dias de vinho e de chumbo"?
Eu devo ter
gasto mais de dois anos para escrevê-lo. Minha produção de contos antes de me
lançar ao romance foi importante, pois o conto contribui de certo modo como um
exercício para dosar o ímpeto em estocadas mais longas.
E quanto a
seus dois outros romances?
Um deles é a
história de amor entre dois adolescentes na década de cinquenta, e o outro, a
saga de um universitário que trabalha como motoboy para se manter. Ambos
bastante diferentes de "Dias de vinho e de chumbo".
Quais são suas
expectativas para este lançamento?
Espero que as
pessoas, principalmente os jovens, gostem do meu livro e entendam o que a nossa
geração passou. Para que passem às futuras gerações o bastão que, com muita
garra, conduzimos durante décadas.
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